Tira As Crianças da Sala

Rodolfo Abrantes

Compositor: Não Disponível

Certas cenas que eu vivi não merecem replay
Elas se prendem na memória, não querem sair fora
E se a minha demora, enlouquece o DJ
You got to take it easy boy
Eu me amarrei no Delay

Com sorte eu passo a mala pra longe de mim
(Deus me livre da bala)
O forte é aquele que separa o bom do que é ruim
(O homem tolo se cala)
Transforma em cristão o ateu
Pelo livramento que me deu
Se não tem humildade de nada valeu

O meu discurso podia ser mais nervoso, tipo cão raivoso
Com sorriso branco de dentes espuma
Até aí tudo normal, só não ia ser original
Existem mil maneiras de fazer o seu, invente uma
Eu podia até fazer uma cara de mauzão de arma na mão
Idolatrar ladrão, pois isso vende
Mas eu preferi ser original, um cidadão cristão
Liberto da prisão
E só cantar pra quem me entende

Seleto, sem código secreto
Fazendo barulheira a noite inteira
De um modo discreto
Se é certo ou errado, a dúvida quem põe é o condenado
Eu não sou Felipão, mas esse aí já tá cortado
Eu fico vendo os caras que falam que sentam o dedo
Quem é mais psico, ligando pra gravadora pra saber se tá vendendo
Querendo ficar rico, pois da morte eles têm medo
Eu não me identifico, ainda bem que acordei cedo
Sentado de cima do monte, observo o crepúsculo
Horizonte deitado, vento parado
Eu não mexo um músculo
Cansei do cansaço, pensamento no espaço
Procurando pensar só no que eu faço
Que rumo que eu traço
Pra me tornar luz no escuro
Fantasmas da vida antiga assombrando meu sono avisam
Tem que ser forte pra não voltar
Se tem energia, economiza
A mão que alisa é a mesma que apedreja
Disse Augusto dos Anjos, que em paz esteja
Imaginação voa, se não tá boa, rasteja
Bem mais leve
Quando eu parei de cobrar o que tu me deve
Se fui roubado
Hoje, em paz, um obrigado serve
Reconhecido, serviço prestado até na greve
Correndo suado pra depois deitar descansado na neve
Refrigera minha alma, eu não
Leio o destino na palma da mão
Senhor, guiai meus passos
Firma meus pés descalços no chão
A ilusão se materializa
Certo de que somente quem precisa
Dos perigos, do caminho
Só quem é amigo avisa
Rodox quem vos fala, depressa tira as crianças da sala
Por causa da influência do som, toda noite um irmão a morte cala
Quem é quem? Quem é do mal, do bem?
O poder do som ou a força de 100
Meu filho, ou seu que escreveu, que leu
A música é viva e a mensagem morreu
Fique ciente de que isso deixa o movimento doente
Promove a desgraça e a brincadeira de gringo sem um pingo de graça
Vai causando estrago na frente
Isso te deixa contente?

Com sorte eu passo
Trilha sonora de Bang-Bang
Ideologia que derrama sangue
A criança brincando com arma
Fugindo armada na guerra de gangue
Idéia errada que chove, não sabe usar o microfone
Na TV se o filme incomoda, só muda o canal
Mas não inventaram controle remoto pra vida real
E se o inimigo se faz de invisível
Acaba determinando a queda do nível
Como Judas se vende por prata e vai trocando o bem pelo mal
É uma tendência, os fatos ocorrem em sequência
Maldade gruda como graxa no manto branco da inocência
Incrível, e o mundo aceita, pois tudo que vende se respeita
Mal sabe que a palavra dada, semente plantada, compromete a colheita

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